Instantes Perdidos

Instantes que se perdem na vida rodopiante e alucinada... Instantes escritos em poesia na busca da perfeição.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Vossos Corpos.



Me entrego à deriva saudável
Onde vos desejo ternamente nuas
Possuem um veneno adorável,
Como cascavéis-mulheres e eternas,
Quero degustar os corpos nas ruas...
Tantas que eu foco, imaginando festas,
Ternas, o tal brilho das suas cavernas,
Seus olhos cruzam promessas.
Quero beber a magia onde me afio,
Quero sentir tais cavernas,
Que descubro e onde me enfio.
Com fome de descobertas intensas
Com cheiro de amor no ar onde me fio
Venero as vossas sentenças.
Ardendo em tesão o amor crio...
Uso e abuso da paixão que me assiste,
Vontade imprópria flúi como um rio...
Expludo em licores de amor...
O corpo não mais resiste,
Aos vossos corpos de ardor...

...corro riscos de paixão.
...corro riscos de abuso.
...corro riscos de tesão...
...Não sei estou confuso.

...Mas corro riscos de acordar,
Desta incarnação...
...de não saborear, os vossos corpos.
O corpo da Mulher onde tenho o coração.

Assin: Artur Rebelo

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Sonho por ti menina



Desencantas o meu sonho,
Que é sonhar tua vagina,
Sentir tão fundo, lá dentro ,
sentir-te em mim como minha...
Desencantas o amor, ele ensina
Que o teu peito me aquece,
Cheiras a doce, és tão menina,
Meu corpo nunca te esquece...
Teu hálito quente descubro,
Meus arrepios por ti são banais,
Da tua pele que me põe ao rubro,
És sabor quente dos meus ideais...
És tu tão linda...
Despes-me e dás-te a mim,
Para o meu pénis que está duro,
Procurar teu gosto por fim,
Sentir esse teu terno ventre,
Para sempre, mel do meu futuro...



Assin: Artur Rebelo

domingo, fevereiro 13, 2005

Se eu pudesse no tempo mandar...

Se eu pudesse parar as horas do mundo.
Dava a minha vida para amanhã não chegar,
Dava todo o meu ser profundo...
Para este dia não passar,
Eu no tempo das hora e do segundo
Quero mandar... Quero parar este tempo
Talvez abrandar este momento...

Se eu pudesse parar o tempo do mundo,
Dava todo este meu viver,
Para parar este tempo vagabundo
Apenas pelo momento que está a acontecer.
Odeio não poder parar este dia,
Porque está aqui a beleza sem utopia.
Porque será assim tão vadia?
Eu sem ela de dor morria...

Odeio quando está escondida de mim,
Vou eternizar os segundos e o tempo,
Porque todo o momento sem ela enfim
É tormento pela falta do seu sabor



Tempo pára por favor,
Vê esta minha agonia,
Pára por este amor,
Que está em sintonia.
Pelo tempo parado,
até a alma eu vendia.
Só assim serei amado...


Artur Rebelo



O porquê de ter deixado de escrever...

Tenho estado um pouco mal,
Nestes últimos dias finais,
Não consigo escrrever e o que
escrevi é uma coisa banal...
São problemas pessoais,
Nada a ver com a poesia,
Tudo a ver com a familia
Seja como for há-de passar,
A bem ou a mal...
O unico poema que escrevi,
deixo no meu blog já aqui...
Poema de fantasia irreal.

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Traição...



A cada palavra que soletravas,
Era uma farpa que se cravava na carne...
Então fugi daquela noite escrita em dor,
As tuas palavras já não escutava,
Nada existia simplesmente me odiavas...

Agora neste momento calmo ao meu dispor,
Os meus Olhos mancham tristes este papel,
Das palavras que me atiraste faço o poema.
Um poema que seja como o punhal, cruel...
Este dia cinzento é dia que me arde...
A frieza do tormento o meu tema,
Chamem o que quiserem até cobarde,
Mas ninguem sente esta dor extrema...


Escrevo os derrames que acho certo
Nesta folha humida de cor pastel
Que vai deambulando em verso...
Confesso à pena todo o meu fel,
Escrevo a dor maior do universo...


Assin: Artur Rebelo

sábado, fevereiro 05, 2005

Noite...



Uma noite silenciosa,
Talvez noite de choro,
É noite asquerosa...
Criada e nascida numa prisão,
É o escuro onde moro,
Lençóis frios uma lição...

Esta noite, faz-me sentir
Num olhar despedaçado de luar
Esta noite de mim vou fugir,
Pois estou enleado pelo teu amar.
Noite a febre que atordoa,
Rasgada tontura no meu olhar...

Esta noite é rainha sem coroa...
Minha pele grita quando toca a tua,
Meu corpo odeia e se arrepia,
Nesta noite roliça da lua...
Aflorada no sentir renascida...
Noite amante sem estar nua...
Mas...
...a noite é sempre amada e querida,
Nela se despem...
Os corpos da nossa vida.

Artur Rebelo

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Sentidos mortos...

Adormeci,
Sim dormi
E lágrimas de sangue continuam cá.
Estão cá dentro escorrendo...
Dentro de mim essas gotas,
Estão correndo...


Triste a partida dos meus passos,
Tristes as gotas vermelhas de sangue,
Que pela minha mão escorrem,
Os sentimentos que profilam escassos,
Sou dor, morro na dor e todas as dores...
Todas as dores em mim morrem...


Minha alma estilhaça no tempo suja,
Entranhada no fel do meu sal,
Tal como o canto duma coruja,
Que silencia a noite num silvo fatal...
O sangue escorre, pinga e me molha,
Vermelho a cor que me faz tanto mal...
Vermelho o líquido que para mim olha...
O sangue pinga, sim pinga...
As lágrimas de sangue pingam...
Escorrem de mim para fora...


Pinga, pinga
Pinga pelo chão,
O sangue de dor
E do sal sabor,
Da ultima sensação...
Sim dormi
E no final
Sentidos tortos...
A ultima visão
Da qual morri.
Sentidos mortos.



Assin: Artur Rebelo



terça-feira, fevereiro 01, 2005

Azul do cansaço...



O cansaço tem tomado conta de mim,
Sou frágil já o sabia, mas não entendo...
Não exprime a certeza da alma sorrateira.
Esta minha fragilidade entra no pensamento,
É a fétida magia negra duma lua inteira...
O escuro é difícil e passa lento,
É noite de vigília sem que eu queira...

O cansaço tem violado a minha alma,
O cansaço viola o meu ser apagado...
Sinto-o a alastrar em mim e me assalta,
Não pediu licença nem foi convidado,
Mas destruiu a sensatez sem calma...
O cansaço tem tomado conta de mim,
Embriaguei uma saudade demasiado alta.
Apesar do cansaço e do choro ruim,
Esta dor permanecerá neste mundo...
Serão azuis gélidos as dores no fim,
Tal como as cores do mar profundo...


Artur Rebelo
(Incluído na colectanea dores)