Instantes Perdidos

Instantes que se perdem na vida rodopiante e alucinada... Instantes escritos em poesia na busca da perfeição.

domingo, dezembro 05, 2004

Icebergue




Espero, simplesmente espero
Que uma sombra branca no mar,
Fria muito fria, muito vazia de vida,
Que nunca pára de chorar,
Me venha mostrar o seu horizonte,
Corpo amorfo um pequeno monte,
Submergido no mundo que lhe deu vida,
Iluminado de complexos e espantos,
Marcado com sulcos em ferida
Assemelha-se à falsa fertilidade,
É frio, muito frio, tão vazio de vida.
Propenso no mar do norte,
Suspenso nessa leviandade,
Frio tão frio do brilho da sorte,
No quente do sol e da idade,
Que provoca um calor de morte,
Calor é morte aos blocos de gelo
Mas o teu frio é tão forte.
Ligado a ti sou, és tão belo.
Um iceberg que é amostra irreal
Do seu ser da sua enorme grandeza,
Mergulhado no seu amante com sabor a sal.
És frio, tão lindo, tão cheio de beleza,
Tão branco, tão brilhante, tão puro,
Genuíno, navegante, desgastado e tão duro.
Afinal Icebergue és igual à minha amante,
Tão linda, tão pura, nada mais queria,
Mas no fim é tão fria, tão neve...
...a minha amante é como um icebergue.


Assin: Artur Rebelo

1 Missivas:

  • Blogger Kewas :), escreveu…

    O poema é realmente lindissimo, já o li várias vezes, mas quanto mais o leio, mais o consigo apreciar :)

    *aquela que com seus olhos te alcança mas só com o coração te guarda junto a ela, sempre*

     

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