Instantes Perdidos

Instantes que se perdem na vida rodopiante e alucinada... Instantes escritos em poesia na busca da perfeição.

terça-feira, dezembro 21, 2004

Dor infernal, flor morta...

Flor Morta

Dor infernal partiste, ficaram os meus restolhos,
Dias claros aos demais, sem vento e quentes,
Nada esfria os cristais do paraíso, os teus olhos,
Meus olhos salgam os teus fechados, diferentes.

Como a lenta febre deste verão me destrói,
Tuas janelas de olhos que não mais latejam,
Mas não é o tempo que me tolhia, me corrói,
Eram outras as pérfidas febres que fraquejam.

A tua pureza no céu junto de um arco-íris matiz,
Sombras na terra, flor morta mas cheia de beleza,
Um reflexo brilhante do meu choro, sou um infeliz.

Sangro a minha alma, sangro toda esta natureza
Perdeste a vida princesa, perdi o teu olhar, morro
O meu ser sangra por fora e dentro, apenas choro.

Assin: António Moreno