Instantes Perdidos

Instantes que se perdem na vida rodopiante e alucinada... Instantes escritos em poesia na busca da perfeição.

domingo, outubro 31, 2004

Alma amada

Example

Na noite fria um sonho brotou,
Renasceu dum cinzento estranho,
A alma com medo até o tempo parou,
Cresceu receio em enorme tamanho.

Depois cresceu em força esse pavor
No frio da noite em lagrimas suspirou
A alma desatinada em terror
Que esquiva alma alva se tornou.

Alma sentida e bela em alvor,
Que mais sentinela escondida.
Serás de algum grande amor?
Que inócua eras tu em vida.

Serás incorpórea perdida,
Apenas parte de algo triste
Alma de amada sentida,
Amei-te tanto e nunca te disse.
Ó alma da minha amada
Que te foste e partiste.
E para sempre serás recordada.

Assin: Arthe. (2004-10-31)

sábado, outubro 30, 2004

A Traição de Sofia.

Eu tinha a casa só para mim esta tarde, mas isso pensava eu, a minha esposa estava no trabalho e a minha cunhada tinha ido visitar umas amigas. Logo estava completamente sozinho com os meus livros e a minha escrita que eram sem duvida o meu hobby preferido. Lendo um livro de poesia e tentando tirar ideias para os meus próximos poemas que escrevesse era o que estava a fazer naquela altura.
Bem, à dois dias que sexo era coisa que não fazia, e simplesmente apareceu uma erecção inesperada , bem devido a esse facto a concentração que tinha acabou por desaparecer num ápice e concentrei-me a tocar-me por cima da roupa. O meu orgão fálico estava demasido excitado para eu simplesmente esqueçer que tinha uma erecção instintiva e demasiado carnal.
Estava tão concentrado no meu libido, que não escutei a porta do estudio a ser aberta, nem senti o aproximar da inesperada visita. Não dei conta que a minha cunhada estava mesmo por trás da minha cadeira e só me apercebi da sua presença, quando falou.
- Que estás a fazer, Rui?
A minha mão esquerda retirou-se automáticamente sobre a protuberância das minhas calças e eu quase ao mesmo tempo que caí da cadeira porque além de assustado, fiquei chocado e acanhado.
- Sofia,...eu... pensava que... tinhas ido visitar umas amigas. (Gaguejei eu).
- Elas não se encontravam por lá, houve um mal entendido, pensavam que eu ia lá apenas na próxima semana.
- À quanto tempo estás aí?
- À algum tempo. Desde que te começaste a tocar.
Nessa altura fiquei sem poder dizer nada, além de vermelho, fiquei envergonhado e começaram-se a formar pensamentos estranhos na minha mente. Ela praticamente apanhou-me numa sessão de masturbação. E não se mostrava nada acanhada e não sentia problemas em dizer-me que me tinha visto a tocar-me. Apesar dela ser a irmã mais nova da minha mulher, não se mostrou envergonhada ou com qualquer pudor de dizer aquilo e de ter sido ela a entrar no estudio de minha casa, sem respeitar a minha privacidade ou sequer bater à porta. Nessa altura, cometi um erro e disse algo que não devia ter dito... talvez numa tentativa de justificar uma coisa normal como o é de nos tocarmos quando temos uma erecção e disse-lhe:
- Sabes eu e a tua irmã, à alguns dias que não cumprimos um dos dev...
Interrompeu-me e disse algo que desarmou-me e espantou-me, afinal ela tinha apenas 18 anos.
- Eu sabia a minha irmã é demasiado frigida para ti, precisavas de alguém como eu. Vejo-te pela casa sempre excitado e ela nada faz. Coitado de ti, precisavas de outro tipo de mulher, deves passar alguma fome.
Não sei o porquê, ou o não queira a admitir, mas depois de me ter passado a erecção com o susto que ela me deu, novamente o meu pénis começava a ganhar força, apenas com estas palavras dela, o incrível é que desta vez mesmo sem me tocar o pénis estava a doer-me enormemente devido à força que o ele fazia de encontro às calças.
Nesse momento começei a reparar mais nela, era linda, com os traços apenas um pouco mais joviais que a minha mulher, notava-se que eram irmãs. Além disso, ela dormia muitas vezes em nossa casa, devido a ficar muito perto da praia que ela adora logo tinhamos uma boa relação de cunhado-cunhada. As brincadeiras de coçegas e de apanhada que faziamos demonstravam isso mesmo. Mas neste momento algo alterou-se e achei-a linda demais e beijei-a na boca. Respondeu-me sentando-se no meu colo e abraçando-me ao mesmo tempo que as nossas linguas se entrecruzavam numa luta de espadas e de sabor. Mesmo estando afectado eróticamente e de paixão por ela, a minha mente tinha percebido que a partir daí as coisas não mais seriam as mesmas, iriam-se alterar, não havia caminho de volta.
Quando abri os olhos porque era impossível mantê-los abertos devido à mistura de tesão, luxúria e paixão durante o beijo, ela estava já com a camisa quase totalmente desabotoada, passei a beijá-la no pescoço e fui descendo ao peito, primeiro entre os peitos, depois novamente o pescoço, brincando com a lingua na sua pele acida e que me provocavam calafrios ao longo de todo o meu corpo. Despi-lhe a camisa, abracei-a para mim e beijamo-nos mais uma vez, um jogo de linguas e de troca de saliva que mais parecia que nos alimentavamos um do outro. Assim foi durante algum tempo, não o quantificarei, sei que os momentos corriam com um misto de sentimentos bravios e ensandecidos.
Parei de a beijar, puxei o sutien para cima, não o retirei, apenas soltei-lhe os seios, onde meti a minha boca e onde me senti outra vez um bebé sedento de sede do mel que alimenta a vida, neste caso o mel que alimenta a paixão desenfreada. Ela nesse momento, disse algo quase imperceptível, algo a ver que me amava desde os 15 anos e que sabia que um dia iria ser dela. Não liguei, nesse momento só queria sentir os seus seios na minha boca e mãos. Rearranjou-se na cadeira, nesse momento simplesmente meteu as duas pernas abertas e sentou-se sob a minha bacia. Onde os nossos sexos estavam já demasiado colados, encostados, e doidos de luxúria. Não fosse ainda estarmos ambos vestidos nessa zona e a penetração era efectiva. Ela estava de saia curta e eu com umas calças de ganga e boxers, logo a barreira intransponivel eram as minhas calças de ganga. Mas apesar disso senti o calor emanado pelo seu sexo, junto do meu pénis. Mas não forçei nada, apenas continuava a que os nossos sexos se enroscassem um contra o outro mesmo perante essa enorme barreira intransponível neste momento que era a roupa.
Ela estava ofegante e eu estava com muitas dores no pénis que se sentia demasiado preso nas calças. Os seus seios eram demasiado doces para mim, estava doido de luxuria, e ela não estava menos que eu, e após um algum tempo em que ela sentia a minha boca nos seus seios, ela sai de cima de mim, e desaperta-me as calças e puxa-as para baixo, levantei-me e deitei-me no chão, estranho ela é que comandava tudo, fiquei com as calças pelos calcanhares, não mas tirou, não era preciso, estavamos demasiado inebriados com o tesão que não havia tempo para isso, afastou as cuecas soltou o meu pénis e enfiou-o peritamente na sua cavidade do amor, no seu sexo totalmente molhado e em que os sucos vaginais escorriam em gotículas...
Assim ficamos por algum tempo, ela tratou de tudo, comandou a situação, sentia a minha zona erógena totalmente molhada, com gotas de água a escorrerem-me pelas pernas até à alcatifa.
Após alguns minutos, tive o melhor orgasmo da minha vida, sentia simplesmente a sua vagina pulsante à volta do meu pénis e isso foi demasiado para eu poder ter algum controle. Perdi-o totalmente e ejaculei demoradamente, sem querer saber de nada. Ela deitou-se sobre mim e mesmo por cima da minha t-shirt me ia beijando o meu peito e disse.
- Se tudo correr bem e pelas minhas contas, estarei grávida de ti. E assim serás meu. A minha irmã saberá que o sobrinho precisa da um pai e afastar-se-à.

Assin: Artur Rebelo
(Podes continuar, se conseguires (...) )

sexta-feira, outubro 29, 2004

Mensagem de solidão.

Feliz o que é feliz,
Que sonha,
Que se diz,
Que se ponha,
Que se quis,
Com uma ateia medonha.

Triste, aquele triste,
Que chora,
Que se afasta,
Que está fora,
Que se prostra,
Apenas basta.

Façamos o que façamos
É tudo em vão,
Sempre tristes estamos,
Tolhidos na falta de paixão,
Ensandecidos na solidão.

Amo-te tanto,
Não tenho a coragem,
De te dizer este encanto,
És a tal imagem,
Que me deixa num pranto.
Era esta a mensagem.

Assin: Arthe

Existência...

Costurando a vida que se empina
Viva a alegria dos sonhos morais
Escrevendo a imponente rima
Da desonra que se assina,
Da minha vergonha e nada mais.

Sonho introspectivo da realidade
Verdade em sonho mas não certa
Sonho apenas de saudade,
Aquilo que tomo por uma meta,
Real, querida e correcta.

Ó seres que comandam a vida,
Mexam esses cordelinhos,
Quero a vida bela e sentida,
Dela muitos carinhos,
Amor, toques e miminhos.

Ela agarra-me o pulso, o momento
Toca-me tão profundamente,
Ela é um poço de sentimento
Profusa, difusa e curta certamente,
Quero senti-la até ao fim do tempo.

Assin: Arthe


quinta-feira, outubro 28, 2004

Palavras com som

Som na escrita, como uma dança evoca,
Pecados limpos da impureza do escrito,
Sem sentir o que o amor provoca,
Faz sentir cá dentro acalorado grito.

Lê, relê as palavras ditas com o tino,
Tal cheiro a terra de trovoada feita,
Com o ideal descrito que defino,
O ser feliz é e será a minha receita.

Dançar ao som das palavras,
Como se o livro onde estão me criasse,
Tais escritas de fervor se fossem raras,
Evocando a mente onde nasce.

Adormecer no vazio do declamar,
Acordar com a candura da consciência,
As palavras que fazem eu me dar,
São cândidas, castas e lindas em evidência.

Assin: Versejador

quarta-feira, outubro 27, 2004

Ilhas espartilhadas

Ondas espargidas em brancura
Da vida inanimada no prazer
Mas selvagem em candura
Da vida, sentida e corrida

Salpicos espartilhados no mar
Do amor achado em estulto
Do instinto repentino no estar
Do Amor, do temor da dor.

Ilha bela, real valia
Madeira teu nome exaltado
Nada do que queria eu sentia
Do seu chão com o coração na mão.

Amar assim um espaço
Pequeno bipolar e desigual
Digno da robustez do aço
Que me faz e traz a paz.

O tempo encolhido
Na imensidão do mar,
Me encontro perdido,
Lugar santo, canto onde me encanto.

Assin: Versejador

quarta-feira, outubro 20, 2004

Revida

Dêem asas ao ritmo do amor
Plagiado da nossa alma
Ébano transparente em dor
Cunhado em fictícia calma

Ao descendente nascido
Mais dogma que o mundo
Sobre todos os Deuses agradecido
Sentimos muito forte cá no fundo.

Se o amor de coração é puro
Mas o amor de paixão selvagem
O amor mais lindo e com futuro
É o amor paterno uma imagem.

Ritmada sintonia da vida
Sentida no pensamento do som
Tudo se renasce à nossa partida
Como o nascer da vida fosse um dom.

Quem deseja alma da amor cunhada
Terá que sentir o tal ardor de dor
No sofrimento aprofundada
Revitalizado a um filho em amor.

Desejo um filho em falácia meu,
Aparecido da minha alma em alta
Nem que seja um ensejo de Ateu
Mas para sempre infantil, sem falta.

Assin: Dogmatic_Lord

terça-feira, outubro 19, 2004

Lamento Escrito ao Vento

Ventos fraternos cantantes
Das atulhadas folhas caídas
Fazes os poetas correr odiantes
Dos versos e rimas perdidas,

Ó poeta triste e choroso
Não chores do génio esbanjado
Odeia este vento horroroso,
Pelos cabelos ondulantes amado.

Quem será o mandante do vento?
O que amestrou a saltear,
Poemas, versos de lamento
Que perfila em certeza das rimas no ar

Folhas de rascunho cunhadas,
Para sempre desaparecidas,
Ao colo deste vento aninhadas,
As rimas do poeta queridas.

Verseja novamente triste o poeta,
Mostra a esta tosca ventania,
Que pode reescrever poesia correcta,
Pelos poemas que se foram um dia.

Sopra o maldito ainda mais ligeiro
Tenta roubar os novos gritos
Gritos da beleza do poeta verseiro
Desta o poeta segura os seus escritos.

Assin: Versejador

segunda-feira, outubro 18, 2004

LISBOA DOS POETAS

À cidade ebanizada de ruptura,
É senti-la nas veias da alma,
Na caverna mantida e escura
Profunda, rarefeita e calma.

Nos passeios estranhos atribulados
Ou nas ruas apertadas passa alguém
Como pelos infinitos adros,
Donde esta cidade provem.

Esta cidade grande e cortante
Perfeita como os seios de uma mãe
Há quem se diga amante
Dos seus aromas férteis também.

Imponente ela é em amorfo edificado,
Mas pequena em balançante matéria,
Do céu brilhante matizado
Mas que tem coloração muito séria.

Escritores por ela amados
Que movem a caneta numa dança
Dos escritos francos atirados
Os únicos que ela se mostra franca.

Lisboa a minha cidade bela
És flor pungente açucarada,
Do antigo no moderno, singela
Pelo poeta dos poetas amada.

Assin: Versejador

domingo, outubro 17, 2004

Sublimação poética.

Eu no meu corpo como o nado morto,
A perseguir o frio, cinzento correcto,
Nada do que me faz ter um gosto,
atalaia do mundo este meu intelecto.

A pena ensanguentada e mais pesada,
escreve no papel palavras em sangue.
Sou íntimo da dor escrita, modulada,
tal traição de amor faz que me zangue.

Pela grandeza triste do meu gesto,
apenas escrevo o que a alma espelha,
do murmurar cá dentro, tal afecto,
da música silenciosa de esguelha.

Sublime alma gentia destronada,
que tal escrita poética não mostra,
silencioso gesto e libertação sustentada.
Cessou o grito tal e qual a pluma se prosta.

Assin: Versejador
(Dedico este poema à Sofia, amiga virtual e nem sabia).

sábado, outubro 16, 2004

Amo, mas já não sei

Sinto uma gaivota
De asa ferida, a contemplar o cais
Não amo alma gémea devota
Olho o pôr do sol e nada mais.

Tudo se procura para lá da vontade
Arrasto-me à deriva a procurar
A beleza das coisas na saudade
Tal palavra que faqueia sem se lamentar.

A chuva castiga ao cair
No chão sequioso da sua frescura
Eu vagueio sem a Vida sentir
Além da minha apertada amargura.

Ondas calam a sua revolta no rebentar,
Escondo a minha tristeza ao escrever.
Amo, mas não sei o que é amar,
Como um cego que viu e deixa de ver.

O vento balanceia os cabelos
Os mares enaltecem um melodioso sussurro
A sua força gélida arrepia e faz teme-los,
O grito das suas ondas é como um ruído escuro.

O vento e o mar, cúmplices do mal
Deram abrigo no seu mundo de emoção
Mostram a magia do amor que arrebata o fatal
E a desfaçatez de um olhar tolhido em ilusão

Amo, mas já não sei
Como as nuvens amam o vento
Riu-me tanto como chorei
Sem conseguir ultrapassar este pensamento.

Nesse tempo em mim guardado,
No rosto da lua a tua alma ouvia.
Ensinei ao vento a sonhar acordado,
Idealizei nas palavras vulgares… poesia.

Amei-te e senti-me poeta,
Tudo em meu redor transpirava devaneio.
Agora, que de mim em ti nada resta,
Maldigo o amor prendo o mais pequeno anseio.

Procura nas tuas palavras a força de um caminho,
No acordar, a esperança de um beijo teu,
Vagueio pela multidão de olhares, sozinho
Ao clamor da recordação do que um dia, aconteceu.

Assin: Amante de Sophia

sexta-feira, outubro 15, 2004

"Carta de mulher"

Escreveste-me uma nota
que nem a fixei sequer,
desenhava uma rota
Uma rota de mulher.

Era uma nota curta
de tal encanto no escrever,
fingias-te de puta
só para me dares prazer.

Declaravas intenções
em escrita desenhada,
causava-me confusões
por me seres tão dada.

Teus olhos nada dizem
mas a tua escrita mata
que as palavras tingem
nesta tua carta.

Mostras o teu fogo
neste quadrado de papel
Ai se te vejo logo,
venho-me no teu mel.

São apenas missivas
com amores escritos,
são cartas repetitivas
como matizam os antigos.

Papel branco de marfim
causas um enorme sorriso,
deixaste-me por fim
feliz e com compromisso.

Assin: Arthe

quinta-feira, outubro 14, 2004

"Era Antiga"

Onde estão os campos,
já não existem mais?
Desapareceram tantos
e agora já nem há quintais.

Ao grande choro sem fim
perdi os enormes valores,
o que vai ser de mim,
pois sumiram os puros odores.

Aos campos amarelos
de centeio e trigo,
que me eram tão belos
e agora existe um castigo.

Ai que eterna saudade
da minha aldeia passada,
agora existe uma cidade
que me é muito peada(*).

Ai que enorme saudade
da minha infancia,
só agora com esta idade,
lhe dou a devida importancia.

Assin: Arthe

(*) de estorvar

terça-feira, outubro 12, 2004

A Estrada

Segue a minha estrada,
procura-me em cada caminho
não te esqueças de nada
e cumpre o teu Destino!

Não me olhes em vão,
olha em teu redor
a estrada é solidão
e a vida não é melhor...

Anda, caminha
Faz o teu percurso!
A viagem é minha
E o tempo curto!

De mãos dadas,
lado a lado pela estrada...
Uma alegria disfarçada
pelas dores afastadas!

Corremos então!
Pela estrada vamos
Pela vida lutamos,
Cheios de paixão.

Agarramos as oportunidades
na estrada aberta
de uma vida de facilidades
e de esperança certa.

A estrada é um caminho incerto,
repleto de lutas e fantasias
nada mais que as vidas vazias
à procura de um futuro certo!

LadyFullMoon


Quando morrer...

Quando morrer,
não quero choros,
nem cal,
nem missas,
nem nada irreal.
Quando morrer,
será apenas um dia,
não sei se de alegria,
ou algo que tal.
Não façam mal
a esta profusa
que a um morto
não há recusa.
Quando morrer,
caixão de pinhal,
muito vulgar,
e a todos igual.
Triste como o falecer,
é não seber que lugar
onde vou ter.
Será apenas um dia
onde não há respirar.
Não fiquem tristonhos
ou com trajes medonhos
e não me façam implorar.
Apenas desejo um funeral
simples no momento,
que não fique mal
mas com sentimento.
Quando morrer,
na luz do silencio
as vozes suspensas
no ar frio e vazio
das vossas presenças.
Alegrem-se rapazes
pela minha morte,
porque a todos os audazes
calha esta sorte.
Adoro muito viver,
mas tenho estes desejos,
são apenas ensejos
para quando morrer.

Assin: Dogmatic_Lord

sábado, outubro 09, 2004

A Dois...

.
Se eu fosse o mar
serias nele a sereia...
Se eu fosse a igreja
Tu eras um sacramento
Se eu fosse a praia,
amar-te-ia na areia...
Se eu fosse o tempo,
serias cada segundo...
Se eu fosse Deus,
chamava-te mundo!
Se os meus olhos fossem teus
Amar-te-ia dum amor profundo.
Só a ti Sofia...

Assin: Versejador

sexta-feira, outubro 08, 2004

O Amar das Manhãs

Foram manhãs muito felizes
As das nossas terças-feiras
Foram boas, tu bem dizes
As que tivemos nas férias
Era o dia mais feliz, o tal
Em que levantava mais cedo
Era o dia mais querido e real
Que até me causava medo
Só para ir dormir nos teus braços
Bem aninhado estava eu,
Depois era só ver tu a quereres
Beijavas e eu a dizer baixinho:
"Deixa-me dormir, tenho soninho",
Mas tu não ligavas, tu me amavas,
Começavas a beijar-me com carinho,
Beijavas no pescoço e davas-me a volta,
e depois sim lá me deixavas,
lá dormia e até me acompanhavas,
Juntinhos o dia inteiro ficávamos
Lembras quando nos levantávamos
Já era apenas para almoçar.
Era um amor bonito, tal é o amar
Era o Amar das Manhãs.

Assin: Dogmatic_Lord

Vento Quente de Inverno

Ao sentido brilhante da mente
Tal e qual o pensamento
Mais até que o calor lento e quente
Lança ao vento um sentimento

Brilhante este momento
De calor, do suor e do vento
É um vento quente de Inverno
Que toca no corpo não eterno

Nos teus cabelos húmidos
Denoto o perfume suave
Dada pelo vento dos ruídos
Vento quente duma ave

Este vento, um paradigma
Tal e qual o sentimento
Voa ao vento e fustiga
O corpo com o calor do momento

Ó vento, aquele que tece
Término dos amores sazonais
O vento que arrefece
Amores de verão terminais

Afinal vento não és tão quente
Não passas de um labrego
Acabas com o amor da gente
E é o término do amor e do erro

Ó Vento quente dos malditos
Que tolhas a carne e os ossos
Ó vento dos amores proscritos
Dos amores e dos remorsos

Afinal fomos injustos
A culpa não é tua, é nossa
Não eram amores eram sustos
Mas escolhemos ficar na fossa

Vento quente de Inverno
Segues ao calor do Verão
Calor esse mais moderno
Do ódio e termino da paixão

Afinal, és um vento só
Não tens culpa dos amores
Amores que acabam em pó
Que terminam como as flores

Amores sazonais das juras falsas
São falsos tais amores
E tu vento quente o realças
Mas és o vento quente dos calores

Ao vento quente bandido
Fora da época normal
Me deixas o corpo moído
Das minhas dores fatal

Acabas os amores
Mas eu sei o teu mal
Provocas-nos dores
Pois és um vento anormal

Vento quente do Inverno
Desencadeador de todo o mal
Já estás a ficar fraterno
Pois és o que vem antes do Natal

Acabas com os amores
Mas és um vento quente
Provocas as dores
Ao nosso corpo, à nossa mente
E a toda gente.

Ó vento quente de Inverno
Hás-de voltar outra vez
Aos olhos e à nossa tez
Hás-de ser sempre eterno

Assin: Arthe

Poema dedicado a ti Silvia, que me ignoras...

quinta-feira, outubro 07, 2004

O Soldado Português

O sangue jorrante
A vida maldita
As lágrimas brilhantes
Da mulher proscrita

Ao mártir suicida
Que sempre lutou
Deu a sua vida
E nunca descansou

Lutas ferozes
Pela terra e pelo chão
Ódios atrozes
E conquista da nação

Soldados em fúria
Pelo hino e pátria
Causavam a lamúria
Apenas pela ária

Espadas em riste
Gritos lancinantes
Dor e morte triste
Nos olhos faíscantes

Soldado esforçado
Lutador irado
Da guerra amado
E pela nação atado

Ó olhos molhados
Quanto da tua água
São lágrimas e fados
Da dor e da mágoa

Não chores mulher
Teu filho é um valente
Herói enquanto poder
Deves ficar contente

Aos mortos caídos
Nos campos de batalhas
São filhos sentidos
Das mulheres ao calhas

No solo sangrento
Fica apenas o sal
Das lágrimas do momento
E nação assim é Real

Nação assim é Portugal
Dos soldados valorosos
Nação de lágrimas de sal
E dos poetas talentosos


Assin: Arthe

quarta-feira, outubro 06, 2004

O Auto-retrato dum versejador

O poeta é um mentiroso
Que o faz não por má mente
Mentiroso mas desgostoso
Tenta sentir o que sente toda gente
O poeta é tão falacioso
Apenas tenta mentir o que sente
Não é por maldade, mas é precioso
Deveras mente, mas realmente
Adora poesia e é rigoroso
Transmite o sentimento mais quente
Pois o amor tem que ser fervoroso
No final o poeta é um carente
Mas sim não passa de um mentiroso.

Assin: Versejador

Quem és Ana? Uma menina mulher

Quem és tu menina
Tão Linda e bonita
Quem és tu franzina
Que palavras me dedica

Quem és tu Ana
Tão perfeita e querida
Serás a tão profana
A que me enche a medida

Está sol e ela bela
mas olhos que brilham
Está frio e ela gela
Como os tolos que resfriam

Quem és tu menina
Quem eu amo e quero
És preciosa e fina
Do amor que espero

Quem és tu Ana
Deusa da sensação
És assim tão sacana
Domadora do coração

Está luar e ela bela
Mas os cabelos reflectem
A pureza tão singela
E a frescura que tem

Quem és tu mulher
Tão adulta e verdadeira
Ela sabe o que quer
E demonstra-o inteira

Quem és tu Ana
Do amor verdadeiro
És uma grande banana
porque me amas inteiro

Está escuro e não te vejo
Sinto o teu corpo na mão
Apenas sinto o desejo
O desejo da paixão.

Assin: Arthe

Calor do Amor

Ela está a olhar para ti
(não finjas que não está porque está sim)
Ela olha-te rapidamente e sem fim
E tu tremes nervoso e ela sorri
Sem saberes o que se passa enfim,
Ela ajeita o cabelo, o vinco das calças,
bebe a imperial só até à espuma
tu sem querer suas e te realças
Tentas sorrir, mas foi um sorriso frio, ela fuma
Tens isqueiro e como ela te deslumbra
quando tira o cigarro e o coloca nos lábios,
hipnotizado pela seu sorriso, sua doçura,
olhas em volta e não reparas em nada, alguns trios,
conversas estranhas, mas neste momento que perdura
ela se aproxima, e pede mais uma,
tu ainda estupefacto pela sua ternura,
tu tímido e ainda nervoso enquanto ela fuma,
pedes um cigarro, não sabes o porquê,
ela com um sorriso frio to recusa,
tu pedes desculpa e ela diz-te “não pra você”.
E perguntas “não para mim, porquê?”
“Porque você não fuma.”
Ela com razão, não dizes mais nada.
Mas quando olha para ti,
os teus olhos nos olhos dela, olhos de fada,
as mãos embaraçadas ao primeiro sentir,
e por que é que ela não é amada?
Afinal é bonita e faz-te sorrir,
tocas-lhe e a pele está eriçada,
fecha os olhos e vais ver,
o sangue invadindo-te o baixo ventre
num vagar morno é o querer
de maneira que o pénis entre
no sitio húmido do prazer, que está a ferver,
não acendas a luz, apenas sente,
o amor o a boca húmida e o doce hálito,
sente o esmorecer do amor, o morrer,
da paixão, do calor e do órgão fálico.
Afinal não é amor, não há amor,
apenas existe calor e não é o calor do amor,
calor do sexo e do prazer,
afinal o que existe é apenas sexo,
sexo o de querer sentir amor,
mas não há amor apenas existe dor.
E nunca é calor de amor.

Assin: Arthe