Instantes Perdidos

Instantes que se perdem na vida rodopiante e alucinada... Instantes escritos em poesia na busca da perfeição.

terça-feira, agosto 31, 2004

Perdi a guerra, Venceste

Até podia dizer-te o quanto gosto de ti,
podia telefonar-te, escrever-te,
mas sabes bem disso, o que sinto e perdi
todos os dias quero e espero ver-te
sentado nos degraus, choro por mim
pensava que irias acabar por aparecer,
Sozinho mais uma vez, é assim.
Podia levar-te a sorrir e a ver,
Aceita, amo-te ainda, faz isso por mim
Que dor só de pensar e rever
Todos os beijos, abraços e desejos de carmim
Que tenho apenas e só por ti.
Enganavas os sonos perdidos
que antecederam histórias
de noites quentes, de sorrisos bandidos
e abraços quentes nas noites frias.
Podia passar-te a mão na cara
e sonhar mais uma vez que o querias
que há abraços por dar, que tara
independentemente do amor que terias
e o que passa entre nós. Mas pára.
Podia dizer-te o que sempre te digo,
na esperança que acreditasses em mim
e voltasses atrás nesse castigo
nesse passo que um dia assim
mudou a nossa vida e contigo
sentia, mas não posso mais por mim.
Porque agora, prefiro ter-te
como um passado presente
e tu sabes que as tais
Prefiro não ter-te, perder-te
já não vale a pena lutar mais.
Venceste, invarialmente por querer-te
os amores afastei, dos quais desisti,
Desisto, perdi. Os pulsos cortei
Pois amor assim sem fim
e infelizmente para mim
Eu sempre te amei.
E por isso morri.


Assin:Arthe

segunda-feira, agosto 30, 2004

A curva negra do coração

Com um esforço dedicado, consegui apagar a lembrança dos teus olhos, do teu sorriso e dos teus lábios da minha mente. Aí, já não habitas.

No meu coração, ainda és um fantasma que me vai assombrando dia após dia, noite após noite, sonhos após sonho.
Rondas pelos seus cantos mais escuros, deixando um rasto pelo caminho de amargura e nostalgia. Tanto andas que formas correntes geladas nas vielas mais esquecidas, levantas os monstros e os meus medo, crias furacões indestrutíveis. E por isso, habitas a curva negra do meu coração.

Longe estão as esperanças vãs de momentos felizes, de ver os teus olhos sorrirem só para mim e de poder reclamar todos os teus beijos. Agora, tirei-te da minha mente... mas arrancar-te do coração está a ser uma tarefa difícil. Hei-de conseguir.
Todas as ervas daninhas sucumbem um dia. E tu és uma erva daninha em mim, a pior de todas, a que mais fundo criou raízes pois foi a que mais esperanças de um amor feliz me deu.

És, então, uma assombração em mim, daquelas assustadoras mas sempre com um sorriso irresistível que me leva a cair em abismos negros por seguir os teus olhos. Esses olhos, esses lábios entreabertos cuja imagem pena no meu coração.
Mas a tua força está a enfraquecer, peço com todas as forças não te reencontrar.
Tenho medo de falhar porque apesar de seres uma assombração, tanto terrível como sedutora, ainda habitas a curva mais negra do meu coração. E não quero me despistar nessa curva.

(ainda bem que nunca vais ler isto)


LadyFullMoon

Presos na Desgraça

Sinto-me triste e descontente
É o cinismo das pessoas
É a vida nada transparente
É tudo mau mas é vida em que te assoas.
Diariamente assisto à transformação
Das pessoas da humanidade, é das proas
É simplesmente do homem, mas não
É a vida e a mutilação provocada por nós
observar que o bicho homem sem coração
é só destruir e não tem mais prós.
destrói, corrói e se mutila na poluição,
Acabou a alegria da natureza
O homem luta pelo tostão,
Só pensa em destruir pela riqueza
é o bicho homem o que não tem coração
A natureza chora de raiva e tristeza
Pois está destruída e em má mutação
Milhares de espécies desaparecidas
Que simplesmente já não habitam mais não
Algumas existem por aí mais escondidas
Que já não se vêm e que desaparecerão
Já nada sara as suas feridas
O homem destrói, corrói e se mutila na poluição
Que homem é este que destrói todas as vidas
Por favor acabem com a destruição.

Assin: Arthe

sábado, agosto 28, 2004

Dia de Exame.

Hoje é um daqueles dias.
Um daqueles dias em que levantas
Um dos dias que não ias
mas há mais dias em que te acercas.
Já estás 20 minutos atrasado
fazes tudo às pressas
as pressas iluminam e dão o errado
para o último exame do ano
que raio de escola que triste fado
este exame tá tudo errado é só engano
porque, devido a uma paralisia
Atrasas mais e o exame está dado
Quem me dera não ir, faltava e já não ia.
Estou triste é mais um chumbo tirado
Quem me dera desistir, o que não fazia.
Mais um dia mais um ano
Que sincera a minha vida
Mais um chumbo para o cano
Que acabo num emprego sem saída.

Assin: Arthe
PS: Dedicado a quem estuda e tem exames finais. Eu sabia o que isso era.

Para quem estuda Boa Sorte. Para ti Ana mil vezes sorte. :P

sexta-feira, agosto 27, 2004

... E naquele instante, naquele preciso instante perdido entre os vários instantes da vida, tudo começou.

Olhei-te demoradamente, perdendo-me nesses teus olhos escuros, negro líquido como abismos que me puxavam para um infinito cruel. A partir daí, deixei de ter alma e o fôlego que me dava vida era somente para viver por ti. Por ti. Por esses teus olhos negros que eram a minha perdição.

Quando te olhei, soube que encontrara a minha metade, mesmo no meio da multidão. Ainda não tinhas dado conta de mim e já sabia que era tua, antes mesmo de saber o teu nome nome, reconheci-te como eu. A parte da minha alma que me faltava.

Olhei-te de longe, observei cada detalhe do teu corpo, dos teus gestos e da tua voz... E os teus belos olhos negros espraiavam-se pelo infinito que podia ser aquele espaço. Em tudo em ti me encontrei. Tudo em ti era eu também.

Saboreei aquele momento porque sabia ser único. A certeza de ti tinha um sabor a amor correspondido.
Encontrara a minha cara-metade e tu também me tinhas encontrado a mim, era só uma questão de instantes até dares comigo e me reconheceres.

Quando finalmente me encaraste, suspiraste fundo, sem reacção.
O meu coração parou, o teu batia descompassadamente e os nossos olhos trocavam as mensagens impossíveis de traduzir. Reconheceste-me, ali, naquele instante perdido entre tantos das nossas vidas, marcantes e irrepetíveis.

Nesse momento havia uma certeza inabalável de nós.
O mundo era nosso e estava ali só à espera de ser descoberto...
Juntos, porque o tempo e as vidas não separam a força de quem é um só.

Lady Full Moon

quinta-feira, agosto 26, 2004

Sou um poço

Eu sou um poço. Um poço negro.
E daqui a alguns dias, quando o meu bem
Me descobrir e me esvaziar de tal esforço,
E içar um balde de mim e ver que fico aquém
vai ficar desiludido do que imaginava
não sabe que passar um balde para além
desta roldana me retirar a água que me secava,
até a última partícula líquida se evaporar
no meu interior a ultima gota de água evaporava
As derradeiras gotas de água. Parada. Morta.
Como eu. Daqui, desta janela, desesperava
Ias e um outro poço, porque és torta
Outro poço parecido comigo,
Onde te abastecias ao qual exortas
Era um outro poço, era um poço amigo
O mais estranho nisto tudo, penso
É querer que leves a minha água contigo
Saber que apesar de vazio e tenso
Podes ainda querer te abastecer comigo
Há quem me mire de soslaio,
por entre os caixilhos da janela, e searas de trigo
onde passo a maior parte do Maio.
Parado. Morto. Como um poço.
Mas, há algum tempo que quero e caio
jamais voltaste, te dignaste e caí no fosso
Não requeres os meus préstimos, e desmaio
ou seja um poço, que é triste e quase morto
Acorres a encher selhas e vasilhas com água
No outro, no poço e me deixas assim
alguma vez te lembraras da tábua
que me sela a boca e te servias de mim
Tu linda, pura virgem e nua
Antigamente que afluías às minhas entranhas.
Profunda quanto eu, brilhante como a lua
Apta a esvaziar-me, a beber-me sem manhas.
Esvaziaste-me da minha solidão de pedra.
Agora, porém, mais nada queres e te amanhas
Eu composto do que um vazio, não era,
Ladeado por mosaicos e gadanhas
De musgo e verdete, sobrepostos uns aos outros,
Ao longe, tão ao longe como as Espanhas,
É Profundo. Negro. Como eu e ambos estamos mortos.

Assin: Arthe

quarta-feira, agosto 25, 2004

De Volta

Knock, knock!

Bato à porta devagarinho e entro.
Parece que sentiram a minha falta.
Entro e sento-me devagarinho, aproveito o sol que nos veio agraciar de novo.
E quando a Musa Maior me tocar, voltarei a surpreender-vos!


LadyFullMoon

Olha, quem voltou...

Que boa noticia que recebi ontem via SMS...

Pois é, sabem quem vem hoje? Não sabem? Querem saber?

Pois é, a nossa amiga Fullmoon estará por cá hoje depois dumas férias merecidas.

Ai que saudades de teclar com ela. :D :D :D :D

Assin: Arthe

sexta-feira, agosto 20, 2004

Uma vontade estúpida de chorar!!!

Lágrimas que não caiem,
mas ferem o coração...
palavras que não saem,
mas que transbordam de paixão,
mas ao mesmo tempo,
perceber que nem sei amar.
Quem tu és, de onde vens,
onde estás ou como foste aí parar?
E porque foste para aí,
e não aqui, perto de mim?
Uma vontade de te encontrar!
Ao meu lado, nem que fosse assim,
Apenas por uns segundos...
Uma vontade de te beijar,
com o beijo mais simples,
mas o mais sentido e de repente...
uma vontade de te abraçar,
tão grande acima da mente
bem forte, para que dos meus braços
não pudesses escapar!
Uma vontade de dormir,
mas apenas nos teus braços acordar!
Uma vontade enorme de sentir,
uma vontade enorme de te ver.
Afinal o que é isso de amar,
uma vontade estúpida de chorar,
sem ter as lágrimas disponíveis para as tecer...
Por não ter alguém para o compartilhar?
Sem ter bem uma razão para o fazer!
Estarei a endoidecer?
Não, apenas te amo mais que o amar.

Assin: Arthe

quarta-feira, agosto 18, 2004

Cara suja

Cara suja


Aos navios emaranhados de bruma
Que os ventos levantam
Aos salpicos de areia e espuma
Que se sentem e se alcançam
Na tua linda cara suja.

Ao aroma fugidio e resplandecente
E na verdade do vento quente
Tão bom quando se sente
Que fico em brasa ardente
Pela tua linda cara suja

Durmo suavemente e fico na lua
Que fria, nada quente e sem sabor
Brilhante, cheia e tão nua
Adorada mas causadora de dor
Na tua linda cara suja

Aproximo do teu corpo ardente
Tão esguio e tão quente
Opaco ao toque e à mente
Mas adoro incessantemente
A tua linda cara suja

Adoro o som suave do teu beijo
Do aroma lento e carente
Da minha sede de desejo
Mas quero tão rudemente
A tua linda cara suja

Tal mascara dourada
Tal cor vermelha, a dela
Tal sonho vil e tão amada
Cara suja mas tão bela
Melhor assim que lavada.


Assin: Arthe

quarta-feira, agosto 11, 2004

Sussurros para a Ana



E agora,
Tudo começou
nada acabou,
a luz acendeu,
o amor cresceu,
a noite esfriou,
e agora, Ana?
e agora, sou teu
tu tão estranha
que ama,
que me apanha,
você que sabe que sou seu,
que desenha
e agora, que me doeu
o coração, pois sou seu.


Tu mulher,
me faz sem tino,
estou sem discurso,
estou com carinho,
já não posso ser,
já não posso amar,
fugir nem sonhar
não posso querer
pensar em te ter,
o dia não veio,
o noite não ia,
o riso tão cheio
não veio a utopia
e tudo começou
e tudo sinto
e tudo abriu,
e agora, Ana?
Será o que pressinto?

É a Ana
A sua doce palavra,
O seu instante leve,
seu porto e sua amarra,
a fofura de neve,
A leoa com garra,
sua paixão de Eva,
sua doçura que me agarra,
seu amor nada breve.

Tem-me na mão
que grande paixão,
não existe amanhã;
quero ser seu amante,
mas não há paixão vã,
que expluda de rompante,
o amor leva sempre avante.


Se gritasses,
se gemesses,
se tocasses,
se me amasses,
se eu dormisse,
se eu cansasse,
se eu morresse,
Mas não morro,
Por pensar em ti.
És tu Ana por quem corro
Ama-me a mim!

Assinado: Arthe (2004-08-11)

domingo, agosto 01, 2004

I Cut My Veins

Gently
I stroke the delicate skin
Over the veins.

I see the green lines
Spreading
Like rivers
On a plain
From my wrist to my hand.

I touched it
And felt the gentle
Pumping

This steady,
Peaceful,
Consistent,
Flow
Of
Depression-
Pumping,
Pumping,
Pumping...

And I feel the streams
Of desperation spreading,
Expanding
From fingertips
To neck
Until my whole body is filled with a
Coldness.

And inside my heart
A steady pumping
A steady pressure,
A gripping pain,
Mixed with turmoil
Of emotions,
Wars of thoughts

A storm inside,

Breaking me.

I have fallen into
A dark
Emptiness.

I stroke the veins
Repeatedly

Caressing my pains

Out flows a stream of
Fluid depression

Salty drops
running
Down
the curve of my lips

My body heaves
And falls in the rhythm
Of my pain.

And for today

For now

I do not
Find relief

From a blade
And
Flowing blood.


Assin: Arthe (2004-08-01)